O governo do Maranhão confirmou na última quinta-feira, 20, o
primeiro caso de covid-19 provocado pela variante do coronavírus B.1617,
originada na Índia. Ela foi identificada em um indiano de 54 anos que deu
entrada em um hospital da rede privada em São Luís na sexta-feira, 14. Ele era
um tripulante do navio MV Shandong da ZHI, embarcação que veio da Índia.
A notícia foi dada pela Secretaria de Comunicação (Secom) após
coletiva de imprensa realizada nesta manhã com o secretário de Saúde do
Maranhão, Carlos Lula. Médicos e cientistas têm demonstrado preocupação com a
variante indiana B.1617, que teria capacidade de transmissão maior do que a
cepa original do vírus. Ela foi classificada pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como uma “preocupação global”.
Dois dias depois do fato relatado na capital maranhense, a
Prefeitura de Primavera, nordeste do Pará, notificou dois casos suspeitos da
variante indiana do coronavírus na cidade. Os quadros
ainda são investigados e monitorados, segundo aquele paço municipal. De
acordo com a prefeitura, os dois pacientes relataram que estiveram no Maranhão
nos últimos dez dias e tiveram contato indireto com tripulantes do navio MV
Sandong da Zhi, que registrou casos da variante indiana do novo
coronavírus.
Hoje, 23, o Governo do Pará formalizou pedido à Vale para que
suspenda, temporariamente, a circulação do Trem de Passageiros da Estrada de
Ferro Carajás. Além disso, segundo informações postadas pelo próprio governador
Helder Barbalho em suas redes sociais, também foram formalizados pedidos de
esclarecimentos à Companhia Docas do Pará (CDP), Agência Nacional de Aviação
Civil (ANAC), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Infraero para saber quais
medidas de segurança estão sendo adotadas para as pessoas que estão entrando no
Pará.
O risco eminente de contágio pela nova cepa indiana na região
sudeste do Pará é grande, em especial nos municípios de Parauapebas e Marabá,
dois importantes terminais de embarque e desembarque de passagens que utilizam
a ferrovia. A Estrada de Ferro Carajás, também conhecida pela sigla EFC, é uma
ferrovia diagonal brasileira com 892 km de extensão, em bitola larga, operada
pela mineradora Vale S.A., passando pelos estados do Maranhão e do Pará,
ligando o Porto de Ponta da Madeira, no município de São Luís, a Marabá e
Parauapebas.
A EFC transporta atualmente cerca de 1.500 usuários por
dia. É a maior ferrovia de transporte de passageiros em operação
no Brasil, possuindo 5 estações e 10 paradas, percorrendo São
Luís (MA), Santa
Inês (MA), Açailândia (MA), Marabá (PA)
e Parauapebas (PA). Entretanto, a EF-315 é especializada no transporte
de cargas minerais, extraídas das minas da Serra dos Carajás, e
levados até os portos da Baía de São
Marcos no Maranhão para exportação. Por seus trilhos, são
transportados mais de 120 milhões de toneladas de carga e 350 mil passageiros
por ano.